José Dirceu deveria estar banido da vida pública, diz Sergio Moro

O senador Sergio Moro (União-PR) afirmou, na manhã desta sexta-feira (4), que o ex-ministro José Dirceu (PT) deveria “estar banido da vida pública”.

A declaração foi feita pelo parlamentar a jornalistas antes do lançamento da pré-candidatura de Ronaldo Caiado, também do União Brasil, à Presidência da República, em Salvador.

“O próprio José Dirceu devia estar banido da vida pública. Ele foi condenado pela Lava Jato, mas depois dessa reviravolta política, ele foi beneficiado, mas veja só, ele já tinha sido condenado pelo Mensalão. Um cidadão condenado, corrupto, falando em nome do PT e do governo Lula. Isso é uma vergonha”, declarou o senador.

Ministro da Casa Civil durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dirceu viu seu nome envolvido no escândalo do Mensalão, em 2005. Na ocasião, ele renunciou ao cargo e, em dezembro daquele mesmo ano, perdeu o mandato de deputado federal por São Paulo.

Em 2012, Dirceu foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no esquema de corrupção. No entanto, em 2014 a própria Corte absolveu o ex-ministro pelo crime de formação de quadrilha. À época, foi autorizado que Dirceu cumprisse o restante de sua pena no regime semiaberto.

Já no âmbito da Operação Lava Jato, Dirceu chegou a ser condenado a 23 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A sentença, assinada pelo então juiz federal Sergio Moro, apontou o petista como beneficiário de R$ 15 milhões em propinas pagas pela empreiteira Engevix por cinco contratos de obras da Petrobras.

Contudo, em nova reviravolta em outubro passado, o ministro do Supremo Gilmar Mendes anulou todas as condenações de Dirceu no âmbito da Lava Jato.

Para o ministro, diálogos revelados pela “Vaza Jato” – que mostrou conversas de Moro com procuradores da operação – e outros elementos trazidos sobre o caso indicariam a existência de “ação coordenada entre Moro e a força-tarefa da Lava Jato para acusar e denunciar José Dirceu”.

A ação contra Dirceu, na avaliação de Gilmar Mendes, serviria de ensaio para a denúncia que seria oferecida posteriormente contra Lula.

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