ClexBio: a startup que faz bioengenharia de veias humanas

ClexBio é uma startup norueguesa que faz bioengenharia de veias humanas para tratar doenças vasculares. A empresa desenvolveu um biorreator que pode cultivar e implantar veias em pacientes.

Fev 23, 2024 - 17:57
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ClexBio: a startup que faz bioengenharia de veias humanas
Imagem: por ClexBio

Uma startup norueguesa chamada ClexBio está desenvolvendo uma tecnologia inovadora que pode revolucionar o tratamento de doenças vasculares. A empresa está fazendo bioengenharia de veias humanas para implantá-las dentro do corpo de um paciente.

Em parceria com o CSEM, um centro suíço de pesquisa e desenvolvimento, a ClexBio construiu um protótipo de biorreator que pode fazer crescer as veias em condições controladas. A empresa já iniciou testes pré-clínicos em modelos animais e obteve resultados promissores. A equipe afirma que os implantes não provocam uma reação imunológica nos pacientes, mas se transformam em tecido funcional que se integra ao organismo.

Se os testes forem bem sucedidos, os implantes poderão ser usados para tratar a insuficiência venosa crônica grave, uma condição dolorosa que afeta milhões de pessoas no mundo. A doença é causada quando as veias têm dificuldade para transportar o sangue para o coração, gerando inchaço, úlceras e infecções nas pernas.

Mas as veias são apenas o começo das ambições da ClexBio. A empresa prevê que a bioengenharia possa produzir vários tratamentos médicos para outras condições crônicas que afetam a sociedade atualmente.

"No futuro, acreditamos que as soluções terapêuticas de tecidos proporcionarão uma cura para muitas das condições crônicas que são debilitantes para a nossa sociedade hoje", disse Armend Håti, CEO e cofundador da startup, ao site TNW.

No centro da tecnologia da ClexBio está a plataforma VivoSet, que pode cultivar tecidos em anatomias humanas reais, como veias. Para produzi-los de forma escalável, a startup desenvolveu o biorreator, uma máquina que mantém as veias em ambiente estéril e fornece oxigênio e nutrientes ao tecido. O sistema também transforma as veias em um enxerto que pode ser implantado nos pacientes "prontos para uso".

"O uso de um sistema fechado para gerar os enxertos venosos reduz o risco de contaminação, garante a qualidade e segurança do produto e facilita a conformidade regulatória", disse Håti. "Este é um pré-requisito vital para a nossa capacidade de conduzir estudos em humanos e expandir comercialmente em um ambiente GMP [Boas Práticas de Fabricação] no futuro."

Antes de chegar ao mercado, a tecnologia da ClexBio terá que passar por uma série de testes e análises regulatórias rigorosas. Mas Håti já está imaginando o impacto no mundo real.

"Estamos realmente entusiasmados com a mudança de paradigma que isso pode trazer para a cirurgia humana e o tratamento de tecidos danificados", disse ele. "Estamos nos afastando de um mundo de implantes sintéticos e entrando no mundo da bioengenharia."

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